07 maio, 2011

POESIAS EM HOMENAGEM ÀS MÃES

Mas, vamos ao mês de maio, mês das noivas, das novenas, e consequentemente, mês das mães, na visão dos cantadores, independente de crenças, ideologias, interpretações e teorias diante do fato, mas comprometidos com a simbologia e fixação das Deusas da fertilidade.
Então, vamos começar por Zé Catota, cantador de São José do Egito, momento em que ele estava em uma roda de improviso, acompanhado de outros poetas, numa vendinha da cidade, quando chegou a sua mãe. Sentindo a presença dela e do seu estado emocional, pegou o fato no ar e improvisou na medida da emoção de sua genitora:
Estão vendo esta velhinha
envolvida neste manto
com os olhos rasos d’água
o rosto banhado em pranto
cantava quando eu chorava
hoje chora quando eu canto.
João Paraibano é o - HERDEIRO DOS ASTROS (Título de uma Monografia, na UFPE, no Curso de Pós-Graduação em Literatura Brasileira), então, dispensa comentários. Por falar em mãe, vejamos o que essa fera disse com a mãe dele, mas que vale para todas as crianças, principalmente do interior. Nós já publicamos esse verso aqui no JBF, mas como é o mês das mães…
Me lembro da minha mãe
Dentro quarto inquieta do
passando o dedo com papa
nessa boca analfabeta
sem saber que um dedo rude
Tava criando um poeta.


João Lourenço, cantador de primeira, da cidade do Pilar-PB, conterrâneo de Manoel  Xudu,  (“virgi Nossa Senhora”! Aguardem-no) e José Lins do Rego. Lourenço teve suas origens no coco de embolada, depois foi encarar uma viola e se deu muito bem até hoje, graças a Deus. E o que ele disse com a mãe dele?
Ainda muito pequeno
deixei a minha cidade
desprezei mamãe querida
fiz  essa perversidade
suguei o leite dos peitos
depois enchi de saudade.
E o velho Xudu, glosando em cima do mote: QUEM NÃO TEM MÃE TEM RAZÃO/ DE CHORAR O QUE PERDEU. Vamos direto ao assunto:
Mamãe que me dava papa
me dava pão e consolo
dava café dava bolo
leite fervido e garapa
mas uma vez deu-me um tapa
e depois se arrependeu
beijou aonde  bateu
desmanchou a inchação
“quem não tem mãe tem razão
de chorar o que perdeu”
Jó Patriota (meu mestre) foi quem me passou essa pérola de expressão poética em forma de quadra. Desconheço a autoria, infelizmente:
Minha mãe pediu-me um beijo
fui correndo lhe dei dois
ela sorriu de contente
perdi a conta depois.
José Moura, poeta. Esse eu o conheço, somos amigos. Ele e o irmão Arcelino, que juntos a outros poetas eram quem seguravam a onda dos grandes Festivais de Viola em Petrolina.  Estou neste momento, emocionado aqui, ao digitar essas linhas, somente pelo estrago da saudade. Também sou freudiano, e assumo. Mas veja se não vale pra nós todos o que este poeta disse:
O filho sente saudade
da mãe que está ausente
mas não é nem a metade
da saudade que ela sente.
Essa sextilha, mais uma vez, desconheço o autor, mas vamos lá:
Eu vi minha mãe rezando
aos pés da virgem maria
era uma santa escutando
o que a outra dizia.
Vamos terminar essa homenagem às mães, envolvidos pelo mês atribuído a elas, com uma sextilha feita pelo famoso cantador cego, Cezário de Pontes:
Já tive muito prazer
hoje só tenho agonia
não sinto porque sou cego
eu sinto é falta do guia
quando mamãe era viva
eu era um cego que via.

 poeta Jansen Filho , de Monteiro.
Eu ainda acrescentaria na sua bela exposição poética sobre mães:
De Heleno Rafael.
Recordo a minha mãezinha
Que era uma ótima pessoa
Sei que toda mãe é boa
Mas boa mesmo era a minha
De Zé de Cazuza.
Quem da vida partiu levando um riso
Estampado no rosto por lembrança
Com certeza levava a esperança
De alcançar o perdão no paraíso
Diz o filho sentindo o prejuízo
A chorar pela mãe que fez
Aspirando de Deus a confiança
De abraçá-la no dia de juízo
Sobre o seu leito quando morta estava
Sua bela feição me retratava
A imagem de uma santa de capela
Senti nos olhos arrojado pranto
Pois minha mãe que eu adorava tanto
Só teve um filho pra chorar por ela



EXTRAÍDO  DE      www.luizberto. com

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