24 abril, 2011

COLUNA: A POESIA DE ALLAN SALES

I
Somos nós seres completos
Tudo nosso está em nós
E de dentro nossa voz
Nossos sonhos são repletos
E na busca dos afetos
Tem princípio meio e fim
Algo bom algo ruim
Só se mostra na vivência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
II
E na busca incessante
Nossa vida em cada dia
Um viver pela alforria
Ser intenso em cada instante
E assim ir adiante
Rumo ao sonho num confim
Ouço a voz de um querubim
Quando busco minha essência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
III
Laura disse e foi sincera
Quando expôs seu pensamento
Pois a deusa no momento
Exorciza a triste fera
Solidão esta pantera
Faz em nós seu camarim
Quer nos ser um mandarim
Mas não é pra consciência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
IV
Pois sentir falta de alguém
Projeção do nosso afeto
Que se encontra em outro teto
E não mais do querer bem
Nossa mente vai além
E supera tudo enfim
Pois carinho é um coxim
Que sem ele é só carência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
V
Somos seres do universo
Somos filhos das estrelas
As carências são pra tê-las
E espantar pensar perverso
Um consolo é nosso verso
Como um som de Tom Jobim
Pois em nós um passarim
Canta com toda potência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
VI
Laura loura louramente
Lauramente doce e bela
Louramente sem querela
Laura aura reluzente
Pois mulher inteligente
Mas que linda diz assim
Entre o não e entre o sim
O que diz com veemência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
VII
E assim glosando o mote
Que a moça assim postou
Numa tela ela mandou
E aqui peguei num bote
Pois o verso sendo dote
Vem da rima um outrossim
Verso doce qual pudim
Mostra além de uma aparência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
VIII
Encerrando a poesia
Pois no fim findando a rima
Rima em “im” nos aproxima
Faz pensar na melodia
Todo verso que se cria
Em Recife ou em Berlin
Só não deve ser chinfrim
Verseja só com decência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
IX
O dilema da vontade
A lutar contra a razão
Mente contra o coração
Sonho com realidade
É assim dualidade
Como Abel ante Caim
Como caos de um festim
Nossa alma em turbulência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
X
Sentimento que domina
Chega vem roubando a cena
Mas será que vale à pena
Entregar-se a esta sina
Pois a vida sempre ensina
Que paixão de cor carmim
Vem, detona o estopim
Pra nublar nossa vidência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
XI
Ser um ser de alma completa
Deve ser nosso destino
Ideal que aqui defino
Que nem sempre a vida enceta
Solidão vem, nos afeta
Dá na gente um farnezim
Uns vão bebem rum ou gim
Ao perder a paciência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
XII
É fugir ou enfrentar
Entregar-se ou ir em frente
Perceber ou ser demente
Ir ao fosso ou superar
Desistir ou batalhar
Ser gigante ou ser mirim
Ser demônio ou serafim
Alcançar ou ver falência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim

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