De herança e heróis
A família
de José de Carvalho e Sá Moraes, aqui está marcando presença e outorgando-me o
direito de usar a palavra em seu nome.
Não há
exceção do mérito para mim, intérprete do reconhecimento familiar. Coube-me a
honra apenas em momento oportuno, evocar esse grande vulto da história
Belmontense que muito fez em prol da sua
tão amada terra.
Muito justa
e oportuna a homenagem que se prestou em tempos passados ao CORONEL MORAES, em
figurar numa das principais artérias da
cidade de São José do Belmonte. Ao mirarmos a placa que carrega o seu nome,
recordamos os seus feitos e lembramos o seu exemplo de trabalho, de homem
honesto, de coragem, lealdade e dignidade de um grande sertanejo.
Não
concordo nunca que se mude nome de rua consagrado pelo uso popular.
O poeta
Manuel Bandeira, preocupado com este fato, temia a troca dos nomes antigos: - “Tenho medo que hoje se chame do Dr. Fulano
de Tal.”
São José do
Belmonte é um município que não tem o hábito de cultuar os seus mortos. A
memória parece esfacelar diante uma história merece tantos aplausos. Eventos
gloriosos marcam a história desse município. Ninguém vive sem legados , todos
somos herdeiros dos nossos antepassados. Se herdeiros é porque há heranças. Mas
esquecer tem sido a ordem do dia, um descaso que não nos engrandece.
Pois saibam
caros conterrâneos que há o que se louvar nas terras da PEDRA DO REINO, da ROTA
DO CANGAÇO e do fertilíssimo VALE DO CRISTÓVÃO,
nomes fortes, de heróis de cabeça erguida e personalidade de primeira
grandeza que por elas transitaram. Não é necessário ir muito longe para
reaviva-los. Basta apontar as primeiras décadas do século passado: JOSÉ
DE CARVALHO E SÁ MORAES, ANTONIO
CASSIANO PEREIRA DA SILVA, MANOEL BENEVIDES DE SOUZA MENESES, JOAQUIM LEONEL
PIRES DE ALENCAR, MANOEL DA MOTA E SILVA, TERTULIANO DONATO DE MOURA, LUIZ GONZAGA GOMES FERRAZ, JOSÉ
ALENCAR DE CARVALHO PIRES, LUIZ MARIANO
DA CRUZ, MANOEL LUCAS DE BARROS, DO
PROFESSOR MANOEL DE QUEIROZ, DO PADRE
MANOEL LOPES, DE JACINTO GOMES DOS SANTOS
e tantos e tantos outros, sem
falar em HERMES PRIMO DE CARVALHO e JOÃO PEREIRA DE MENESES. Uma plêiade de vultos que
o tempo teima em apagar.
Quem da nova geração recorda tais ícones???
A verdade é
que não sabemos homenagear os que se foram, como se o passado simbolizasse
alguma coisa ultrapassada a não merecer reverências. Urge que a consciência da
tradição venha a impregnar saudades sem cheiro de remorso, tal qual decantou
Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade:
“- Um estado ou um país que valoriza a sua fortuna cultural não terá receios de conviver com o futuro, menos ainda com o o presente.”
“- Um estado ou um país que valoriza a sua fortuna cultural não terá receios de conviver com o futuro, menos ainda com o o presente.”
Os tempos
mudaram, a ânsia de transformação predomina, a celeridade das horas parece não
comportar certos rituais de rememoração, mas não podemos olvidar aqueles que contribuíram
para a construção da história da
nossa tão querida terra e do seu
povo laborioso e bom, que vive sob os
auspícios e proteção do seu padroeiro SÃO JOSÉ.
Na
oportunidade, como bisneto desse impoluto vulto da história de Belmonte que foi
SÁ MORAES, deixo a sugestão a esta
egrégia casa que se faça a alteração do toponímio de PRAÇA SÁ MORAES, para PRAÇA JOSÉ DE CARVALHO E SÁ MORAES.
Faço
também um apelo a todos aqueles que amam, essa bela e heroica terra, para que
imbuídos dos mais altos e sinceros sentimentos
patrióticos, possamos elevá-la e
engrandecê-la cada vez mais, procurando
desta forma nos aprofundar mais
na sua história e nos seus heróis .
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