Poesias e música no clima natalino.
Dedé Monteiro
Feliz Natal?
Tristes Natais de hoje em dia…
Pois “QUEM” aniversaria
Está na periferia
Ou a esmolar num sinal,
Enfrentando o preconceito,
O maltrato e o desrespeito,
Sem ter direito a Natal…
Por isso os Natais da gente
Precisam sair, urgente,
Atravessar o batente,
Andar por praças e guetos,
“Registrar” nome por nome,
Os CRISTOS que passam fome
Equilibrando esqueletos…
Aí, após “cadastrá-los”,
Ouvir seus ais, abraçá-los,
Tentar descrucificá-los,
Num gesto de amor profundo.
Depois, retomar a luta,
Na certeza absoluta
Do melhor Natal do mundo!!
* * *
Dedé Monteiro
Meu Papai Noel de casa
Dedicado aos garotos e garotas desconhecidos deste velhinho
Os sinos tocam contentes.
Aí, Papai Noel sai,
Distribuindo presentes,
Como se fosse outro pai.
Durante essa missão sua,
Desce rua, sobe rua,
Sobe morro, morro desce…
Palmilha todo o terreno.
Só meu casebre pequeno,
Papai Noel desconhece.
É porque eu não conheço
Onde Papai Noel mora.
Senão, o meu endereço
Eu ia enviar-lhe agora.
Escrevia um bilhetinho,
Pra lhe contar direitinho,
Onde fica o meu chalé.
Se dizem que ele advinha,
Por que só minha casinha
Ele não sabe onde é?
Quer saber o que se dava
Se papai fosse um ricaço?
Papai Noel não errava
As grades do meu terraço.
Chegava fora de hora,
Rondava a casa por fora,
Pela chaminé descia
E, em silêncio e sorrindo,
Deixava um presente lindo,
Pegava o saco e saía.
Chaminé muito enfeitada,
Minha palhoça não tem.
Mas, duma lata amassada,
Papai fez uma também.
Mas, se o senhor entender
Que ela não vai lhe caber,
Eu deixo aberta a janela.
Aí, se o senhor cansar
E achar que não deve entrar,
Jogue o presente por ela.
Reclamando desse jeito,
Talvez, eu esteja errado.
Pois, meu mocambo foi feito
Num lugar muito atrasado.
Lá, Papai Noel não passa,
Porque nem tem luz, nem praça,
Nem parque de diversão…
Esse Papai Noel nobre,
Não liga menino pobre
Que vive de pés no chão.
Mas, papai que é mais humano,
Este ano me falou:
“Se Deus quiser, para o ano,
Seu Presente eu mesmo dou!”
Papai é papai de fato.
Não é papai de boato,
Como esse Noel que atrasa.
Meu papai é tão fiel,
Que não há Papai Noel
Como esse que eu tenho em casa!!!
* * *
Luiz Campos
Carta a Papai Noel
Seu moço! Eu fui garoto
infeliz na minha infância
que soube que fui criança,
mas pela boca dos outros.
Só brinquei com gafanhoto
que achava no tabuleiro,
debaixo do juazeiro
com minhas vacas de osso.
Essas que atrevai seu moço,
que se arranja sempre.
Quando eu via um gurizinho
brincando de velocípede,
de caminhão e de jipe,
de bola, revólver e carrinho.
Sentia dentro de mim
desgosto que dava medo.
Ficava chupando dedo
e chorando o resto do dia
só porque eu não podia
pegar naqueles brinquedos.
Mas perguntei uma vez
ao filho de um doutor,
dizendo faça um favor
quem é que dá isso a você?
E respondeu logo uns três:
isso aqui é os presente
que a gente que é inocente,
vai dormir, às vezes nem nota,
isso é Papai Noel que bota
perto do berço da gente.
Fiquei naquilo pensando
até o Natal chegar.
E na noite de Natal
eu fui dormir me lembrando.
Acordei e fiquei caçando
por onde eu tava deitado.
Seu moço eu fui enganado!
Que do presente que tinha,
de mijo era uma poçinha
que eu mesmo tinha mijado.
Saí com a bexiga preta
caçando os amigos meus.
Quando eles mostraram pra mim
caminhão, carro, carreta,
bola, revólver, corneta
e trem elétrico até,
boneca, máquina de pé.
Mas não brinquei, só fiz é ver
e resolvi escrever
uma carta à Papai Noel.
Papai Noel, é pecado
os outros me maltratarem?
Mas eu vou lhe reclamar
um troço que está errado.
Que aos filhos dos deputados
você dá tanto carrinho,
mas você é muito ruim
que lá em casa não vai.
Por certo não é meu pai
que nem se lembra de mim.
Já estou certo que você
só balança o povo seu.
Um pobre que nem eu,
você vê faz que nem vê.
E se você vê porque
na minha casa não vem?
O rancho que a gente tem
é pequeno, mas lhe cabe.
Será que você não sabe
que pobre é gente também?
Você de roupa encarnada,
colorida, bonitinha,
nunca reparou que a minha
já está toda remendada.
Seja mais meu camarada
para eu não chamá-lo de ruim.
Para o ano que vem faça assim:
dê menos aos filhos dos ricos,
de cada um tire um tico
e traga um presente pra mim.
Meu endereço eu vou dar,
da casa que eu moro nela.
Resido numa favela
que você nunca foi lá,
mas quando você chegar,
que avistar uma palhoça
coberta com lona grossa
e dois buracão bem grande
e uma porta velha de flandre
Pode bater que é a nossa!
MÚSICA: AÍ dentro papai noel!
AUTOR: BRUNO LINS - BANDA FIM DE FEIRA...
>Quando eu era / Pequenininho
> Acreditava nesse bom velhinho
> Agora que eu / Fiquei adulto
> Eu descobri que esse véi é puto
>
> Pedia bicicleta e não chegava
> Pedia um carrinho e nunca vinha
> Bota minha meia na janela / E nada!
> Pense num véi murrinha
>
> Ai dento papai / Ai dento papai noel (2x)
>
> Já me cansei / De jingle bells
> Dos teus anão / papai noel
> Apois vai tu / e tuas rena
> Tomar tudinho na casa de chapéu
>
> Se tu descer na minha chaminé
> Eu toco fogo pra queimar teu pé
> Se tu vier com esse teu HoHoHo / Mai frésco
> Eu boto no furico do sinhô
>
> Ai dento papai / Ai dento papai noel (2x)"
POESIA DE LIMA JÚNIOR:
Pendurava uma meia, esburacada,
Sobre o fogo de lenha lá de casa,
Entre cinza e fumaças de uma brasa,
Por não ter a lareira tão falada.
Na tocaia, até de madrugada,
Pra ver Papai Noel vir ao meu lar.
Eu dormia cansado de esperar,
O presente e o Noel que tinha apreço.
Ou Noel esqueceu meu endereço,
Ou foi medo da brasa lhe queimar.
Vou mandar construir uma lareira,
E sem fogo vou por uma meia nova,
Só pra ver se Noel, assim me prova
Que não foi preconceito da primeira.
Se Noel num vier, por mais que eu queira,
Vou achar que Noel é invenção,
Ou que só acha casas de barão
E presentes, só dá a quem já tem.
Aí vou esperar-lhe ano que vem,
Pra cortar sua barba de facão.
e o POETA JÚNIOR DO BODE escreveu:
Já tirei a fuligem da lareira,
Pendurei 30 meias perto dela
No pinheiro botei luz amarela
Esperei meu presente a noite inteira.
Um anão me entregou na quinta-feira,
Um cartão! e eu lá quero esse papel!
Ah se o gordo caísse lá de céu
Com veado, trenó, presente e tudo
Eu gritava até ficar bem mudo:
-Aí dentro papaim papi noel!
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Poeta Heleno Alexandre disse:
Com Cícero Moraes nossa poesia
Tem mais um espaço pra ser divulgada
Com vídeo que mostra baião e toada
Interpretação, ritmo e melodia
Letras de canções, notícias do dia
Tudo que envolve arte popular
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Nos dez de galope da beira do mar
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Parabéns, show de bola esse blog. Amei mesmo!!!
ResponderExcluirMeu blog shalonrossana.blogspot.com