O POETA MARCOS PASSOS, EU E O POETA CHICO PEDROSA NO SEU ANIVERSÁRIO NO ARRIÉGUA.
AQUI O POETA MARCOS DECLAMANDO " CARNE E ALMA" 13 DÉCIMAS EM DESSÍLABO, VERSO GRANDE DA GÔTA!!!
O SERTÃO EM CARNE E ALMA
agradecimentos a MARCOS PASSOS, pela letra e ao blog http://musicamiga.blogspot.com que nos disponibiliza essa
O SERTÃO EM CARNE E ALMA
baixe o cd com essa poesia clicando aqui:
Ivanildo Vilanova & Geraldo Amâncio
UMA TARDE DE INVERNO NO SERTÃO É UM GRANDE ESPETÁCULO PRA QUEM PASSA
CÉU EM GOTAS NOS TUFOS DE FUMAÇA,
ÁGUA FORTE ROLANDO PELO CHÃO;
O ESTRONDO DA MÁQUINA DO TROVÃO
ENTRE AS NUVENS DO CÉU ARROXEADO
E UM RAIO CAINDO ASSOMBRA O GADO
ATOLADO POR ENTRE AS LAMAS PRETAS;
ROSNA O VENTO FAZENDO PIRUETAS
NAS ESPIGAS DE MILHO DO ROÇADO
NO SERTÃO QUANDO O CHÃO FICA MOLHADO
CORRE ÁGUA NAS VEIAS DE UM REGATO;
PULA A ONÇA DA FURNA, CORRE UM GATO
E UM CAVALO GALOPA ESTROPIADO
UM GARROTE ATRAVESSA UM RIO DE NADO,
UMA COBRA SE ACOA COM UM CANCÃO
A CANTIGA SAUDOSA DO CARÃO
FAZ LEMBRAR O LUGAR QUE FUI NASCIDO
ENTRE AS TELAS DE UM FILME COLORIDO
QUE DEUS FEZ PRO CINEMA DO SERTÃO
UMA FESTA ANIMADA DE SÃO JOÃO
NUNCA FALTA CANJICA NEM SEQUILHO;
A PAMONHA, O MINGAU, BOLO DE MILHO,
BUSCAPÉ, ESTRELINHA E FOGUETÃO;
CANTORIA, O NAMORO, DISCUSSÃO,
QUEBRA-POTE E CORRIDA DE ARGOLINHA;
O PADRINHO DE FOGUEIRA E A MADRINHA,
CASAMENTO MATUTO SAMBA E JOGO
E UMA CABOCLA COM O ROSTO COR DE FOGO
TOCAIANDO AS PANELAS NA COZINHA
NO SERTÃO QUANDO É BEM DE MANHÃZINHA
SERTANEJO SE ACORDA NA PALHOÇA
CHAMA O FILHO MAIS VELHO, SAI PRA ROÇA
A MULHER TOMA CONTA DA COZINHA
FAZ O FOGO DE LENHA E ENCAMINHA
UM GUISADO, ANGU QUENTE OU FAVA PURA
E DEPOIS DE FAZER ESSA MISTURA
SAI FACEIRA IGUALMENTE UMA CONDESSA
COM UM TIMBUNGO DE BARRO NA CABEÇA
VAI LEVAR AOS HERÓIS DA AGRICULTURA.
NO SERTÃO A TAREFA É MUITO DURA
MAS, SE TENDO A COLHEITA, A CRIAÇÃO,
FERRAMENTA DA NOSSA PRODUÇÃO
UMA REDE, UM GRAJAU DE RAPADURA
UMA DEZ POLEGADAS NA CINTURA
A VIOLA, UMA BAÚ, UMA CABAÇA
A TAREFA E UM LITRO DE CACHAÇA
MESCLA AZUL, BOTINÃO, CHAPÉU BAETA,
FUMO GROSSO, ESPINGARDA DE ESPOLETA
E UM CACHORRO MESTIÇO BOM DE CAÇA
A RIQUEZA DO POBRE NUNCA PASSA
DE UM POTE QUE MATA A SUA SEDE
UMA ENXADA NUM CANTO DE PAREDE
DOIS CHAPÉUS, UM DE PALHA OUTRO DE MASSA,
UM CAMBITO TINGIDO DE FUMAÇA,
UNS DEZ FILHOS QUE TÊM SUA APARÊNCIA
E UMA ESPOSA QUE É MÃE DA PACIÊNCIA,
SE CHORAR OU SOFRER NÃO SE MALDIZ
E ELE, ÀS VEZES, É MUITO MAIS FELIZ
DO QUE UM RICO LADRÃO DE CONSCIÊNCIA.
É PRECISO TER MUITA PACIÊNCIA,
GUARDAR MILHO NUM QUARTO EMPAIOLADO,
SUSTENTAR CRIAÇÃO COM ALASTRADO
NUMA TERRA QUE TEM POUCA ASSISTÊNCIA;
TRABALHAR NUMA FRENTE DE EMERGÊNCIA,
ESPERANDO O INVERNO QUE NÃO VEM;
INSISTIR, CRER EM DEUS E TRATAR BEM,
MANTER SEMPRE A FAMÍLIA TÃO UNIDA,
DO CHÃO SECO ARRANCAR O PÃO DA VIDA
SERTANEJO FAZ ISSO E MAIS NINGUÉM!
NO SERTÃO QUANDO O INVERNO NÃO VEM
SÓ SE ENCONTRA DESOLAÇÃO E MÁGOA;
NO RIACHO NÃO VÊ-SE UM PINGO D’ÁGUA
SOPRA UM VENTO ASSOMBROSO DO ALÉM;
SECA O TRONCO ROBUSTO DO MUQUÉM,
CAI A FOLHA MAIS GROSSA E MURCHA A FINA
TODA ÁRVORE EMURCHECE, SE INCLINA,
NO CALOR DO SOL QUENTE ENVERGA AS COSTAS,
PARECENDO UM FANTASMA DE MÃOS POSTAS
NO ALTAR DE UMA SECA NORDESTINA.
NO SERTÃO QUANDO O SOL SE DESCORTINA
SE ESCUTA O ZUMBIDO DAS ABELHAS,
O BALIR MELANCÓLICO DAS OVELHAS,
O DUETO DOS PASSÁROS NA MATINA;
O BONITO ALAZÃO SACODE A CRINA,
O VAQUEIRO ABOIANDO CHAMA A RÊS;
OS CANCÕES GRITAM TODOS DE UMA VEZ,
ACUSANDO A PRESENÇA DA SERPENTE,
NUM CONCERTO DE MÚSICA DIFERENTE
DA ORQUESTRA SINFÔNICA QUE DEUS FEZ
E O TRAJE DO HOMEM CAMPONÊS
QUANDO SAI PRA UMA FESTA OU PARA A FEIRA
É A CALÇA DE MESCLA, UMA PEIXEIRA
PALETÓ BEM LISTRADO OU DE XADREZ;
UMAS BOTAS DO COURO DE UMA RÊS
PRA DANÇAR O FORRÓ ENQUANTO É MOÇO
UM CHAPÉU ABA LARGA, GRANDE E GROSSO
COM UMA PENA QUALQUER DE UM PASSARINHO
E A MEDALHA FIEL DO MEU PADRINHO
NUM ROSÁRIO ENFIADO NO PESCOÇO.
FALAR MAL DO SERTÃO HOJE EU NÃO OUÇO
NÃO SE ENTREGA AO CANSAÇO OU ENXAQUECA
UM HERÓI PELEJANDO CONTRA A SECA,
CONTRA A CHEIA COMBATE SEM SOBROSSO;
RESPEITANDO A MORAL DE VELHO OU MOÇO,
TAMBÉM QUER VER A SUA RESPEITADA
SEM BRASIL A AMÉRICA É DERROTADA
COM BRASIL A AMÉRICA VALE MIL
SEM NORDESTE O BRASIL NÃO É BRASIL
SEM SERTÃO O NORDESTE NÃO É NADA.
NO SERTÃO QUANDO ROMPE A ALVORADA
NO OITÃO DO TERREIRO UM FRANGO PIA;
UMA COBRA VALENTE ENGOLE JIA,
NO DESERTO DESPERTA A PASSARADA,
CANTA UMA CANÇÃO TÃO AFINADA
QUE PARECE UMA ORQUESTRA UNIVERSAL;
UM PERU DÁ TRÊS VOLTAS NO QUINTAL
E UM CABRITO NA CABRA PUXA OS SEIOS
UM VAQUEIRO ESVAZIA OS PEITOS CHEIOS
DE UMA VACA LEITEIRA NO CURRAL.
UMA SOMBRA QUE DÁ NO MANGUEIRAL
UM CACHORRO BRIGANDO COM UM TEIÚ,
A CAÇADA DE PEBA E DE TATU,
A NOVENA, UMA NOITE DE NATAL;
UMA CARNE DE SOL COM POUCO SAL,
CANTORIA LOUVADA COM BANDEJA,
NO PILÃO, DUAS MOÇAS NA PELEJA,
UMA ARRANCA DE INHAME E DE MANIVA;
ISSO AÍ É A CÓPIA PURA E VIVA
DA MAIS BELA PAISAGEM SERTANEJA.
CÉU EM GOTAS NOS TUFOS DE FUMAÇA,
ÁGUA FORTE ROLANDO PELO CHÃO;
O ESTRONDO DA MÁQUINA DO TROVÃO
ENTRE AS NUVENS DO CÉU ARROXEADO
E UM RAIO CAINDO ASSOMBRA O GADO
ATOLADO POR ENTRE AS LAMAS PRETAS;
ROSNA O VENTO FAZENDO PIRUETAS
NAS ESPIGAS DE MILHO DO ROÇADO
NO SERTÃO QUANDO O CHÃO FICA MOLHADO
CORRE ÁGUA NAS VEIAS DE UM REGATO;
PULA A ONÇA DA FURNA, CORRE UM GATO
E UM CAVALO GALOPA ESTROPIADO
UM GARROTE ATRAVESSA UM RIO DE NADO,
UMA COBRA SE ACOA COM UM CANCÃO
A CANTIGA SAUDOSA DO CARÃO
FAZ LEMBRAR O LUGAR QUE FUI NASCIDO
ENTRE AS TELAS DE UM FILME COLORIDO
QUE DEUS FEZ PRO CINEMA DO SERTÃO
UMA FESTA ANIMADA DE SÃO JOÃO
NUNCA FALTA CANJICA NEM SEQUILHO;
A PAMONHA, O MINGAU, BOLO DE MILHO,
BUSCAPÉ, ESTRELINHA E FOGUETÃO;
CANTORIA, O NAMORO, DISCUSSÃO,
QUEBRA-POTE E CORRIDA DE ARGOLINHA;
O PADRINHO DE FOGUEIRA E A MADRINHA,
CASAMENTO MATUTO SAMBA E JOGO
E UMA CABOCLA COM O ROSTO COR DE FOGO
TOCAIANDO AS PANELAS NA COZINHA
NO SERTÃO QUANDO É BEM DE MANHÃZINHA
SERTANEJO SE ACORDA NA PALHOÇA
CHAMA O FILHO MAIS VELHO, SAI PRA ROÇA
A MULHER TOMA CONTA DA COZINHA
FAZ O FOGO DE LENHA E ENCAMINHA
UM GUISADO, ANGU QUENTE OU FAVA PURA
E DEPOIS DE FAZER ESSA MISTURA
SAI FACEIRA IGUALMENTE UMA CONDESSA
COM UM TIMBUNGO DE BARRO NA CABEÇA
VAI LEVAR AOS HERÓIS DA AGRICULTURA.
NO SERTÃO A TAREFA É MUITO DURA
MAS, SE TENDO A COLHEITA, A CRIAÇÃO,
FERRAMENTA DA NOSSA PRODUÇÃO
UMA REDE, UM GRAJAU DE RAPADURA
UMA DEZ POLEGADAS NA CINTURA
A VIOLA, UMA BAÚ, UMA CABAÇA
A TAREFA E UM LITRO DE CACHAÇA
MESCLA AZUL, BOTINÃO, CHAPÉU BAETA,
FUMO GROSSO, ESPINGARDA DE ESPOLETA
E UM CACHORRO MESTIÇO BOM DE CAÇA
A RIQUEZA DO POBRE NUNCA PASSA
DE UM POTE QUE MATA A SUA SEDE
UMA ENXADA NUM CANTO DE PAREDE
DOIS CHAPÉUS, UM DE PALHA OUTRO DE MASSA,
UM CAMBITO TINGIDO DE FUMAÇA,
UNS DEZ FILHOS QUE TÊM SUA APARÊNCIA
E UMA ESPOSA QUE É MÃE DA PACIÊNCIA,
SE CHORAR OU SOFRER NÃO SE MALDIZ
E ELE, ÀS VEZES, É MUITO MAIS FELIZ
DO QUE UM RICO LADRÃO DE CONSCIÊNCIA.
É PRECISO TER MUITA PACIÊNCIA,
GUARDAR MILHO NUM QUARTO EMPAIOLADO,
SUSTENTAR CRIAÇÃO COM ALASTRADO
NUMA TERRA QUE TEM POUCA ASSISTÊNCIA;
TRABALHAR NUMA FRENTE DE EMERGÊNCIA,
ESPERANDO O INVERNO QUE NÃO VEM;
INSISTIR, CRER EM DEUS E TRATAR BEM,
MANTER SEMPRE A FAMÍLIA TÃO UNIDA,
DO CHÃO SECO ARRANCAR O PÃO DA VIDA
SERTANEJO FAZ ISSO E MAIS NINGUÉM!
NO SERTÃO QUANDO O INVERNO NÃO VEM
SÓ SE ENCONTRA DESOLAÇÃO E MÁGOA;
NO RIACHO NÃO VÊ-SE UM PINGO D’ÁGUA
SOPRA UM VENTO ASSOMBROSO DO ALÉM;
SECA O TRONCO ROBUSTO DO MUQUÉM,
CAI A FOLHA MAIS GROSSA E MURCHA A FINA
TODA ÁRVORE EMURCHECE, SE INCLINA,
NO CALOR DO SOL QUENTE ENVERGA AS COSTAS,
PARECENDO UM FANTASMA DE MÃOS POSTAS
NO ALTAR DE UMA SECA NORDESTINA.
NO SERTÃO QUANDO O SOL SE DESCORTINA
SE ESCUTA O ZUMBIDO DAS ABELHAS,
O BALIR MELANCÓLICO DAS OVELHAS,
O DUETO DOS PASSÁROS NA MATINA;
O BONITO ALAZÃO SACODE A CRINA,
O VAQUEIRO ABOIANDO CHAMA A RÊS;
OS CANCÕES GRITAM TODOS DE UMA VEZ,
ACUSANDO A PRESENÇA DA SERPENTE,
NUM CONCERTO DE MÚSICA DIFERENTE
DA ORQUESTRA SINFÔNICA QUE DEUS FEZ
E O TRAJE DO HOMEM CAMPONÊS
QUANDO SAI PRA UMA FESTA OU PARA A FEIRA
É A CALÇA DE MESCLA, UMA PEIXEIRA
PALETÓ BEM LISTRADO OU DE XADREZ;
UMAS BOTAS DO COURO DE UMA RÊS
PRA DANÇAR O FORRÓ ENQUANTO É MOÇO
UM CHAPÉU ABA LARGA, GRANDE E GROSSO
COM UMA PENA QUALQUER DE UM PASSARINHO
E A MEDALHA FIEL DO MEU PADRINHO
NUM ROSÁRIO ENFIADO NO PESCOÇO.
FALAR MAL DO SERTÃO HOJE EU NÃO OUÇO
NÃO SE ENTREGA AO CANSAÇO OU ENXAQUECA
UM HERÓI PELEJANDO CONTRA A SECA,
CONTRA A CHEIA COMBATE SEM SOBROSSO;
RESPEITANDO A MORAL DE VELHO OU MOÇO,
TAMBÉM QUER VER A SUA RESPEITADA
SEM BRASIL A AMÉRICA É DERROTADA
COM BRASIL A AMÉRICA VALE MIL
SEM NORDESTE O BRASIL NÃO É BRASIL
SEM SERTÃO O NORDESTE NÃO É NADA.
NO SERTÃO QUANDO ROMPE A ALVORADA
NO OITÃO DO TERREIRO UM FRANGO PIA;
UMA COBRA VALENTE ENGOLE JIA,
NO DESERTO DESPERTA A PASSARADA,
CANTA UMA CANÇÃO TÃO AFINADA
QUE PARECE UMA ORQUESTRA UNIVERSAL;
UM PERU DÁ TRÊS VOLTAS NO QUINTAL
E UM CABRITO NA CABRA PUXA OS SEIOS
UM VAQUEIRO ESVAZIA OS PEITOS CHEIOS
DE UMA VACA LEITEIRA NO CURRAL.
UMA SOMBRA QUE DÁ NO MANGUEIRAL
UM CACHORRO BRIGANDO COM UM TEIÚ,
A CAÇADA DE PEBA E DE TATU,
A NOVENA, UMA NOITE DE NATAL;
UMA CARNE DE SOL COM POUCO SAL,
CANTORIA LOUVADA COM BANDEJA,
NO PILÃO, DUAS MOÇAS NA PELEJA,
UMA ARRANCA DE INHAME E DE MANIVA;
ISSO AÍ É A CÓPIA PURA E VIVA
DA MAIS BELA PAISAGEM SERTANEJA.
agradecimentos a MARCOS PASSOS, pela letra e ao blog http://musicamiga.blogspot.com que nos disponibiliza essa
O POETA DEVE ESTAR AO LADO DO POVO
ResponderExcluirTodos nós que nascemos já poetas
Contemplando ao redor a natureza
Empolgados, cantamos sua beleza,
O romântico das noites inquietas.
Muitos vates, porém, fazem dietas,
Não consomem do povo suas dores
Dão as costas aos grandes dissabores
E às causas que geram tantos males...
Cantos fáceis preferem pelos vales
À canção que exalta os sofredores.
Para mim só poeta é quem escuta
E quem leva no verso a dor do povo,
Poeta que não sabe o que é estorvo
Fadado está no mundo para a luta.
Ele tem que colher da terra enxuta
Os versos com teor de liberdade...
Defender a justiça e a igualdade,
Combater com seus raios os tiranos
Para alcançar, vencendo os desenganos,
Um mundo justo para humanidade.
“Confortável é ser vate de salão
E cantar agradando a burguesia,
Declamar para ela só poesia
Que não ousa levar contestação.
Que só mostra das flores seu botão
Exalando o perfume apaixonante,
A bravura da classe dominante,
Os seus feitos venais, fantasiosos,
Nunca mostra, jamais, os poderosos
Com seu ar prepotente e arrogante.
Se olharmos o campo e a cidade
O semblante macabro do seu lado
Vamos ver que se acha destroçado
O seu povo sem pão, sem liberdade.
Além de não haver honestidade
Com gestões corruptas, de lambança,
Falta escola, saúde e segurança
E aquilo que é de mais sagrado:
O porvir, o amanhã, o eldorado,
Sua crença, o seu sonho, a esperança.
Mas, poeta cujo povo tem seu verso
Para, então, construir sua utopia
Recobrando nesse sonho de poesia
Se levanta e refaz seu universo.
Superando vai a força do perverso,
Com ideias juntando companheiros
Pra na luta, tornados em guerreiros,
Conquistar seu espaço, sua glória...
Transformar com bravura uma história
Com a queda de todos cativeiros.”
O POETA DEVE ESTAR AO LADO DO POVO
ResponderExcluirTodos nós que nascemos já poetas
Contemplando ao redor a natureza
Empolgados, cantamos sua beleza,
O romântico das noites inquietas.
Muitos vates, porém, fazem dietas,
Não consomem do povo suas dores
Dão as costas aos grandes dissabores
E às causas que geram tantos males...
Cantos fáceis preferem pelos vales
À canção que exalta os sofredores.
Para mim só poeta é quem escuta
E quem leva no verso a dor do povo,
Poeta que não sabe o que é estorvo
Fadado está no mundo para a luta.
Ele tem que colher da terra enxuta
Os versos com teor de liberdade...
Defender a justiça e a igualdade,
Combater com seus raios os tiranos
Para alcançar, vencendo os desenganos,
Um mundo justo para humanidade.
“Confortável é ser vate de salão
E cantar agradando a burguesia,
Declamar para ela só poesia
Que não ousa levar contestação.
Que só mostra das flores seu botão
Exalando o perfume apaixonante,
A bravura da classe dominante,
Os seus feitos venais, fantasiosos,
Nunca mostra, jamais, os poderosos
Com seu ar prepotente e arrogante.
Se olharmos o campo e a cidade
O semblante macabro do seu lado
Vamos ver que se acha destroçado
O seu povo sem pão, sem liberdade.
Além de não haver honestidade
Com gestões corruptas, de lambança,
Falta escola, saúde e segurança
E aquilo que é de mais sagrado:
O porvir, o amanhã, o eldorado,
Sua crença, o seu sonho, a esperança.
Mas, poeta cujo povo tem seu verso
Para, então, construir sua utopia
Recobrando nesse sonho de poesia
Se levanta e refaz seu universo.
Superando vai a força do perverso,
Com ideias juntando companheiros
Pra na luta, tornados em guerreiros,
Conquistar seu espaço, sua glória...
Transformar com bravura uma história
Com a queda de todos cativeiros.”