26 agosto, 2012

PROJETO CORDEL E REPENTE


22 agosto, 2012

KERLLE DE MAGALHÃES - FALTAM 10 PRA MEIO DIA





Faltam dez pra meio-dia.
Á moça que me informou as horas.


Pela rua vinha andando
Já prevendo o meu atraso
E quando fui perguntando
A uma moça por acaso
As horas que ela tinha,
Demonstrando quando vinha
Uma enorme simpatia,
Os ponteiros ela olhou,
Foi então que me informou:
Faltam dez pra meio-dia.

Os seus lábios lentamente
As palavras soletravam,
Diante da minha frente
As sonoras ecoavam
Como flautas encantadas,
Feito liras encarnadas
Decantando poesia,
Essa moça me chocou
No momento que falou:
Faltam dez pra meio-dia. 

Eu morro, mas não esqueço
Do boliço dos seus lábios
Me dizendo com apreço
Ao fitar olhares sábios
No relógio cor marrom,
Informado em baixo tom
Sobre o tempo que corria,
Eu ali fiquei parado
E lhe ouvindo concentrado:
Faltam dez pra meio-dia.

Antes de agradecer
Eu flertei os olhos dela,
Pois, eu já podia ver
Uma formosura bela
Com o som de sua fala,
Da qual mesmo quando cala
Sua voz não silencia,
Repetindo em minha mente
Sua voz constantemente:
Faltam dez pra meio-dia.

Fui seguindo meu caminho
Com ela no pensamento,
Quando às vezes tô sozinho
Fecho os olhos um momento
Recordando seu semblante
E a sua voz delirante
Parecendo em melodia,
Como se eu tivesse vendo
Ela linda me dizendo:
Faltam dez pra meio-dia.

Depois fiquei desejando
Ouvir sua voz de novo,
Na rua fui procurando
Chorei no meio do povo,
Mas, não a reencontrei.
Também nunca perguntei
Sobre as horas que batia,
Como o tempo diluísse
Desde quando ela me disse:
Faltam dez pra meio-dia.

Kerlle de Magalhães

06 agosto, 2012

Sonho de Sabiá - POETA CANCÃO




Um sabiá diligente
Voou pela vastidão
Mas por inexperiente
Caiu em um alçapão.
Depois de aprisionado
Ficou mais martirizado
Pensando no seu filhinho.
Implume sem alimento
Exposto a chuva e ao vento
Sem poder sair do ninho

Deram-lhe por seu abrigo
Uma pequena gaiola
Num casebre de um mendigo
Que só comia de esmola.
Só vivia cochilando
Com certeza imaginando
Sua liberdade santa.
Ia cantar não podia
Que a sua voz se perdia
Logo ao sair da garganta

Tornou-se a pena cinzenta
No rigor do seu castigo
Na saleta fumarenta
Da casa do tal mendigo.
Triste sempre arrepiado
Neste viver desolado
Ia um mês. vinha outro mês,
Assim completou um ano
Sentindo seu desengano
Nunca cantou uma vez.


Depois uma tarde inteira
O pobre do passarinho
Sonhou que ia à palmeira
Onde tinha feito o ninho.
Olhava em frente às campinas
Via por traz das colinas
A natureza sorrindo.
Ao sentir a liberdade
Pensou ser realidade
Sem saber cantou dormindo.

Depois sonhou que voltava
A terra dos braunais
Por onde sempre cantava
Junto aos outros sabiás.
Voava nas ribanceiras
Pousava nas laranjeiras
Olhando o clarão do dia.
Voava através do monte
Voltava a beber na fonte
Que todas manhãs bebia.

No sonho via as favelas
Criadas nos carrascais
Voou baixo, pousou nelas,
Cantou os seus madrigais
Voltou, colheu os orvalhos,
Que gotejavam dos galhos
Dos frondosos jiquiris.
Alegre abria a plumagem
Pra receber a bafagem
Das manhãs do seu país.



Foi a terra dos palmares
Atravessou toda flora
Voou por todos lugares
Que tinha voado outrora.
Passou pelos mangueirais
Entre outros sabiás
Cantou sonora canção.
O seu som melodioso
Estava mais pesaroso
Devido a sua emoção.

Viu a vinda do inverno
Nos quadrantes da paisagem
Ouviu o sussurro terno
Do bulício da folhagem.
Cantou todo arrebol
O brilho morno do sol
Morrendo nos altos cumes.
Sentia quando cantava
Que seu coração chorava
Com mais tristeza e queixumes.

Sonhou catando sementes
Num campo vasto e risonho
Se sentia tão contente
Que sonhou que fosse um sonho.
Olhava pra vastidão
Tocava em seu coração
Um regozijo profundo
Todas delícias sentia
Às vezes lhe parecia
Vivendo fora do mundo.



Voou por entre os verdores
Atravessou as searas
Cantou pelos resplendores
Das manhãs frescas e claras.
Passou pelo campo vago
Bebeu das águas do lago
Posou sobre os arvoredos.
Entrou pelo bosque escuro
Aí sonhou um futuro
Tão triste que teve medo.

Depois sonhou que estava
Trancado em uma gaiola
Ouvindo alguém que cantava
Na porta pedindo esmola.
Ao despertar de momento
Reparou seu aposento
Ouviu falar o mendigo.
Fechou os olhos pensando
Sentiu seu íntimo chorando
No rigor do seu castigo.

Ainda em vão procurava
Sair daquela prisão
Seu olhar denunciava
Piedade e compaixão.
Ao pensar na liberdade
A mais pungente saudade
Devorava o peito seu
Assim o cantor da mata
Ferido da sorte ingrata
No outro dia morreu.

Uma cortesia do amigo: Josa Rabêlo

04 agosto, 2012

SE VOCÊ “RÓI”, BEBENDO, NÃO MISTURE

PRUM AMOR ARDENTE A "LEI SECA" NÂO FAZ MUITO EFEITO, MAS DE QUALQUER FORMA FICA O ALERTA DE NOVO:

NÃO MISTURE!!!

 SE VOCÊ “RÓI”, BEBENDO, NÃO MISTURE
NO JUÍZO ESSES DOIS INGREDIENTES
QUE SEUS ATOS SERÃO INCONSEQUENTES
PORQUE NUNCA HÁ RAZÃO QUE LHE SEGURE
PERMITIR QUE A SAUDADE SE AVENTURE
SEM NOÇÃO DO QUE PENSA E DO QUE FAZ
É TENTAR IR ATRÁS DO QUE NÃO TRAZ
OU QUEIMAR UMA CHANCE A SER VIVIDA
“NÃO MISTURE SAUDADE COM BEBIDA
QUE QUEM BEBE “RUENDO” VAI ATRÁS”!

SE VOCÊ NÃO QUISER PASSAR SUFOCO
NEM RESSACA MORAL, PERDA E TRISTEZA
NÃO ACEITE A SAUDADE EM SUA MESA
A NÃO SER QUE VOCÊ VÁ BEBER POUCO
MAS QUEM BEBE, “RUENDO”, FICA LOUCO
NÃO ESCUTA OS AMIGOS NEM OS PAIS
VAI ATRÁS DE QUEM JÁ NÃO LHE QUER MAIS
OU QUISESSE, TALVEZ, SEM SUA IDA
"NÃO MISTURE SAUDADE COM BEBIDA
QUE QUEM BEBE “RUENDO” VAI ATRÁS!

ZÉ ADALBERTO
https://www.facebook.com/ze.adalbertodocarocodojua
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Poeta Heleno Alexandre disse:


Com Cícero Moraes nossa poesia
Tem mais um espaço pra ser divulgada
Com vídeo que mostra baião e toada
Interpretação, ritmo e melodia
Letras de canções, notícias do dia
Tudo que envolve arte popular
Quem não viu ainda é melhor entrar
Abaixo é o link pra ser acessado
Do Blog que hoje é o mais visitado
Nos dez de galope da beira do mar

RADIO REPENTISTAS

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HINO de São José do Belmonte-PE

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